sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O4/NOV/2O11


O que será lido nas próximas linhas não se trata de uma mera imaginação ou um provável acontecimento para os próximos anos. A leitura que se sucede é um fato que, infelizmente, tem se tornado comum no dia a dia.
As pessoas tem se julgado cada vez mais educadas, mais instruidas, mais solidárias, mais protestantes, porém, o que observo que ainda existe e com muita força é o descaso.
Deixo nas seguintes linhas uma narração verídica de algo vivído e que machucou bastante:
"Voltando do trabalho ontem, ao entrar no ônibus e ocupar um lugar, lá dele pude observar um fato triste. Três moradores de rua, sendo um deles portador de necessidades especiais (cadeirante) pediram ajuda ao motorista, para que os deixassem um pouco mais próximo de onde eles passam a noite. O motorista, cheio de compaixão o ajudou, e o cobrador muito solícito, ajudou a subir o rapaz da cadeira de rodas. Certa mulher, parada na fila, de lá mesmo começou a gritar histéricamente que o ônibus estava um cheiro insuportável. Óbvio que todos ali presentes sentiram e compreenderam a situação, mas por que será que ela não? Será que o fato daquelas três pessoas estarem precisando de ajuda e o ônibus em comum acordo suportando e ajudando não era o bastante? Até onde ela se julgava melhor que aquelas três pessoas? Só por estar aparentemente limpa e cheirosa?"
Fica ai a reflexão...
Tudo isso ficou martelando na minha cabeça durante a noite.
Vivemos num mundo onde as aparências são respeitas e admiradas. Boas ações e aparências providas do coração não têm valor, pois muitas delas não são vistas com frequência. E então me perguntei: será mesmo que estamos vivendo numa era onde a tecnologia influencia e auxilia em muitos processos e descobertas para um mundo melhor? Onde a busca por melhores condições de ensino e de trabalho abrem a mente das pessoas e as tornam realmente 'mais humanas'?
Sinceramente a ótica que assisti não me mostrou isso.
Do banco em que estava, assisti assustada a cena mais pré-histórica de amor e compaixão por alguém que não tem condições, nem física e psigológica, pra se manter no mundo em que se encontra.
Pude observar que com esses avanços que poderiam melhorar o convívio em sociedade, em comunidade, só tem feito, cada vez mais, subir a cabeça de uns e com isso dar importância única e exclusivamente ao próprio umbigo - que deve ser um ser realmente muito necessitado de ajuda para receber tanta importância.
E então, amigos, lhes pergunto: "De que vale todos os milhares de livros e noticiários que lê e a reflexão que faz, juntamente com os avanços do mundo para tentar fazer dele algo melhor, sendo que ainda assim não consegue entender, não consegue ignorar alguns "tabus" pra tentar fazer pelo menos um dia, de uma pessoa que precisa e que tem tantos dias difícies, algo melhor?



Suzane Lima


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